Leia a fantástica história da nossa amada Escola de Samba!

Leia a fantástica história da nossa amada Escola de Samba!

Acesse o site oficial da Unidos da Tijuca: https://unidosdatijuca.com.br/

 

A partir do século XX, a cadeia montanhosa da Tijuca passou a ser habitada por escravos, descendentes e alforriados que deixavam para trás a falida zona cafeeira do Vale do Paraíba. A classe mais abastada que habitava a Usina e a Tijuca estava também em plena decadência. Foi nessa época que as famílias de nossos fundadores – os Moraes, os Chagas, os Santos e os Vasconcelos – se instalaram no complexo de morros do Borel.

 

Nossa agremiação foi criada a partir da fusão de quatro blocos existentes nos morros da Casa Branca, da Formiga e da Ilha dos Velhacos. Em 1931, no dia 31 de dezembro, na subida da rua São Miguel, 130, na casa 20, da família Vasconcelos, homens e mulheres se uniram para fundar a Unidos da Tijuca.

 

Registra-se que nossos fundadores foram: Bento Vasconcelos (o líder), Leandro Chagas (organizador e disciplinador), Alcides de Moraes (diretor de harmonia) e seus irmãos e primos com suas famílias, que formavam a base da Escola: Jorge Vasconcelos, Pacífico Vasconcelos, João de Almeida, Ismael de Moraes, Alfredo Gomes, Tertuliano Chagas, Armando dos Santos, Turíbio dos Santos, Jacinto Ribeiro, Tarquínio Ramos, Orlando Godinho, Waldemar Gargalhada, João Cascorão, José Mamede D’Ávila, Álvaro e Dedé, Regina Vasconcelos, Marina Silva, Zeneide Oliveira, Margarida Santos, Hilda Chagas, Ely Chagas, Elza Gomes, Doralice Caldeira, Hermínia Vasconcelos, Dora de Almeida e Helena de Souza.

 

O Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Tijuca é a terceira Escola de Samba mais antiga do Brasil. Seus fundadores tinham o objetivo de defender as raízes tradicionais do folclore brasileiro e também de lutar pelas causas populares. Lutas que sempre se fizeram presentes no sangue e na alma de seus antepassados, sofridos e expurgados da expressão cultural que mais amavam e cultivavam: o samba.

 

 

Não é por acaso que a Unidos da Tijuca tem o pavão real como símbolo e o azul e o amarelo ouro como cores. Existem duas histórias que justificam a adoção desta identificação por nossa agremiação.

 

Contam que, na época de sua fundação, a Escola primeiramente adotou como símbolo o emblema representando mãos entrelaçadas em união com ramos de café e fumo, em referência ao bairro da Tijuca antigo, com suas plantações. As cores amarelo ouro e azul-pavão foram adotadas da Casa de Bragança, cores usadas na Corte Imperial e que significam prova de bom gosto em suas vestimentas. Ambos, símbolo e cores, atribuídos como sugestões de Bento Vasconcelos, um dos principais fundadores da Unidos da Tijuca.

 

Outra vertente registra que, em 1931, existia no sopé do morro do Borel a Grande Fábrica de Cigarros, Fumos e Rapé de Borel e Cia. A vistosa figura de um pavão-real, nas cores azul e amarelo ouro, estampava as embalagens de alguns produtos dessa fábrica e tabacaria. No dia 31 de dezembro desse mesmo ano, ali perto, na subida da rua São Miguel, moradores do local e adjacências, fundaram o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Tijuca, adotando o pavão como símbolo e as cores azul e amarelo ouro, em referência ao logotipo daquela empresa de cigarros do local.

 

Mas para a inclusão do pavão como símbolo tijucano no carro abre-alas da agremiação há outra história: em 1983, entre os meses de agosto e setembro, na disputa de samba-enredo para o carnaval de 1984, a Escola se preparava para abrir o desfile do Grupo Especial, inaugurando, assim, o Sambódromo. O pavão já figurava como símbolo chamativo com as cores da agremiação em camisetas com a propaganda do enredo daquele ano Salamaleikum, a epopéia dos insubmissos malês.

 

Consta que o compositor Carlinhos Melodia sugeriu ao então presidente Luis Carlos Cruz que fosse colocado o pavão no abre-alas, pois enquanto as outras escolas tinham aves e outros animais vistosos chamando a atenção do público, o antigo símbolo da Tijuca (duas mãos entrelaçadas e circundadas por dois ramos, um de café e outro de fumo, com as letras UT, abreviação de Unidos da Tijuca) trazia um significado de sofrimento e resistência. A partir daí, atendendo à sugestão do compositor, a Unidos da Tijuca substituiu o símbolo anterior da agremiação e, em 1984, entrou pela primeira vez na Avenida com o pavão como símbolo maior tijucano.

 

A Unidos da Tijuca sempre foi uma Escola de Samba pautada na ousadia e na inovação. Foi a primeira Escola a apresentar em desfile carros alegóricos, alas fantasiadas e a primeira agremiação a ter um samba-enredo gravado em disco. Foi a primeira Escola campeã do ''Novo Sambódromo'', após a construção das arquibancadas do lado direito, terminando o projeto inicial idealizado por Oscar Niemeyer.

 

Foi campeã do carnaval em 1936, 2010, 2012 e 2014.